A Operação Cash Delivery, que resultou na prisão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), usou como base, dentre outros elementos, informações obtidas em delações premiadas de executivos da Odebrecht. Foram utilizadas ainda informações colhidas nas 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato, as operações Acarajé e Xepa. Não existe na investigação referência ao senador eleito Jorge Kajuru. Nesta operação, Marconi é apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal como líder de uma organização criminosa que teria aceitado propina em troca de favores para a empreiteira Odebrecht em 2010 e 2014.
A denúncia foi feita poucos dias antes das eleições. Até então, nas pesquisas Serpes/O Popular, o cenário do Senado estava "embolado", com Marconi, e Kajuru, Lúcia Vânia e Vanderlan na disputa por uma pequena diferença. Na pesquisa estimulada (em que se apresenta a cartela ao eleitor com nomes dos candidatos) divulgada no dia 30 de setembro, por exemplo, Marconi ainda aparecia em primeiro lugar. Na espontânea, ele estava em segundo, e Kajuru em primeiro.
Na última pesquisa Serpes, divulgada no dia da eleição e nove dias após a operação, Marconi já apareceu em quarto lugar na pesquisa.
Procurado pelo Tem base?, Kajuru justificou à reportagem que estava se referindo às denúncias realizadas ao longo da campanha, em suas propagandas eleitorais. “Não foi a denúncia da Odebrecht. A denúncia da Odebrecht foi feita pelo Ministério Público Federal. Eu falei que as denúncias que eu fiz, desde o começo da campanha. Porque todo dia eu fazia, no horário eleitoral. Ele (Vanderlan) se aproveitou delas e virou a única outra opção antimarconista”, disse.
Durante a entrevista ao POPULAR no último dia 7, no entanto, Kajuru diz: “essa última denúncia (Cash Delivery), que levou gente pra cadeia - e que pode levar o Marconi a cadeia-, esta denúncia realmente é minha. A única coisa que o Marconi tem razão... É verdade quando ele fala que essa denúncia é do Kajuru com o amigo dele, o procurador. É verdade. A denúncia é minha, só que eu entreguei para o procurador”, disse, se referindo ao procurador Hélio Telho.