Fábio Júnior

PARTIDO/Nº: UP/80
COLIGAÇÃO: Chapa pura 
CARGO: Presidente estadual da UPl
VICE: : Allyne Marinho (UP)
IDADE: 25 ANOS
ONDE NASCEU: Buriti Alegre - GO
FORMAÇÃO: Estudante de Economia
OCUPAÇÃO: Motorista de aplicativo de transporte

BIOGRAFIA


Iniciou sua militância ainda quando estudante secundarista e na Universidade Federal de Goiás (UFG) fez parte do Centro Acadêmico de Economia e do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Além do movimento estudantil, o candidato atua no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO


Nenhum bem declarado.
ENTREVISTA

Primeiro candidato a prefeito de Goiânia pela Unidade Popular (UP), partido criado no fim de 2019, o estudante e motorista de aplicativo Fábio Junior diz representar um projeto de “contraponto total” às gestões anteriores e defende uma “reforma urbana em larga escala em Goiânia” como uma maneira de alcançar justiça social, aumentar a arrecadação do Paço e ter mais condições de investir em serviços públicos, sobretudo nas regiões periféricas.

Em sabatina do POPULAR, ele afirma também que seu partido não pode ser confundido com outros que se identificam como de esquerda, como o PT. “Existe um processo democrático com participação popular que a gente acha fundamental e que grande parte dos partidos de esquerda perdeu, ou porque estão na academia ou porque já se venderam à ordem institucional e aos financiadores de campanha, e estão mais preocupados com o processo eleitoral em si do que com uma real representação popular.”

Candidato mais jovem deste pleito à sucessão do prefeito Iris Rezende (MDB), Fábio fala ainda sobre segurança, mobilidade urbana, transporte público e redução da desigualdade. 

DESIGUALDADE

Falando sobre uma gestão com participação popular, como já defende o nome de seu partido, Fábio afirma que as últimas administrações de Goiânia têm “se preocupado mais com um discurso de cidade inovadora e sustentável, mas se esqueceram de que Goiânia é uma das cidades mais desiguais da América Latina”. “E de que temos problemas fundamentais para resolver que ainda não passam por esse debate, de certa medida europeu, de discutir uma cidade do século 21 sendo que estamos presos a mazelas do século 19.”

Para ele, a prefeitura deve se preocupar com a infraestrutura da cidade, afinal, “desde o século 20 isso é consenso por gerar emprego e renda e um impulsionamento econômico que é fundamental para a cidade”, mas discorda no que concerne ao tipo de investimento que foi feito nos últimos anos. “Iris podia ter um caráter mais popular na época dos mutirões, quando existia uma política habitacional mais forte por parte da prefeitura, mas isso se perdeu ao longo do tempo e é algo que achamos que deve ser recuperado porque o déficit habitacional só aumenta”, relata.

O candidato diz, por exemplo, que os investimentos em infraestrutura não beneficiam a população das regiões mais periféricas da cidade. “Há construção de parques e priorização de investimentos e infraestrutura em áreas de especulação imobiliária e não nas áreas mais periféricas ou mesmo nas centrais, mas que são mais pobres. A Seinfra (Secretaria de Infraestrutura) fica na (Vila) Santa Helena, que é um bairro com uma estrutura muito precária, e sai de lá para fazer obras nos bairros mais nobres da capital, mas no bairro onde está instalada não existe infraestrutura de qualidade”, critica.</CW>

Segundo ele, caso eleito, pretende “trazer uma perspectiva popular à Prefeitura de Goiânia e implantar um orçamento participativo.” “Fazer com que as pessoas possam atuar em conjunto com a gente para discutir os gastos da prefeitura. Fazer com que a prefeitura tenha mais protagonismo no sentido econômico e passar a incentivar o desenvolvimento tecnológico e científico. A prefeitura precisa se tornar vanguarda e atender às necessidades da população mais carente.”

DESAPROPRIAÇÃO

Em seu plano de governo, Fábio cita a necessidade de “democratizar a propriedade da terra, pondo fim às grandes propriedades ociosas e desapropriando as áreas privadas que sejam de interesse social.” Ao POPULAR, o candidato explica que isso deve ser feito de duas maneiras: em caso de prédios públicos, a área será alvo de diálogo entre a prefeitura e o Estado ou a União; caso sejam privados, “a prefeitura pode tanto compensar financeiramente para que essa área possa ser usada para um programa de habitação ou simplesmente tomar parte no processo judicial.”

Segundo ele, “só de a prefeitura tomar parte nesses processos de desapropriação e situação irregular de famílias, ao lado da população, já seria fundamental porque o que acontece na maioria das vezes é a prefeitura se colocar do lado do mais forte e não do mais fraco”. 

Fábio ressalta que acredita na necessidade de “uma reforma urbana em larga escala em Goiânia” e diz que, se isso ocorrer, será possível aumentar a arrecadação da prefeitura. “Vemos que em vários bairros há situações irregulares, embora consolidadas e faltando apenas a entrega da escrituração. Se houvesse o empenho de regularizar essas áreas, a própria arrecadação de IPTU da prefeitura aumentaria muito e conseguiria expandir os serviços públicos. Existe demanda para que isso ocorra nas nossas periferias.”

Outra forma de aumentar a arrecadação da prefeitura, segundo Fábio, é combater a sonegação fiscal, o que poderia também ser uma ferramenta para incentivar melhorias em outras áreas, como a ambiental. “Se por um lado precisamos ter uma fiscalização mais eficiente, a gente precisa de alguma maneira conscientizar as pessoas. Nesse sentido, seria fundamental, por exemplo, reconhecer os bairros que participam mais efetivamente da coleta seletiva e os que são mais arborizados, dando tanto um selo de qualidade de vida quanto descontos no IPTU.”</CW>

TRANSPORTE PÚBLICO

O candidato é taxativo ao dizer que o “transporte público é uma máfia” e ao defender auditoria nos gastos feitos pelas empresas concessionárias responsáveis pela gestão do transporte na capital. “Não temos controle sobre a tarifa e sobre o lucro das empresas. Seria importante fazer uma auditoria nas empresas para a gente entender o que está acontecendo e conseguir fazer política pública.”

De acordo com ele, o serviço “só seria viável” com a estatização devido ao que chama de “nível de obscuridade e falta de informações.” “Goiânia é uma das únicas cidades onde os valores dos custos por parte das empresas de transporte não é declarado. Não sabemos especificamente quanto eles pagam de gasolina, por exemplo, para que possamos saber qual a taxa de lucro. E a prefeitura não faz nada.”

A auditoria, em sua visão, seria um primeiro passo para rever o preço da tarifa que é pago pelos usuários. “Precisamos entender o que está acontecendo com o transporte, como vamos conseguir calcular uma tarifa que não seja a preço de monopólio e como vamos conseguir gerir esse transporte. Temos a proposta de democratização do transporte coletivo, em que a comissão de fiscalização não seja composta em sua maioria por prefeitos e empresas, mas tendo participação do povo.”

SEGURANÇA

Além de propor a criação da Secretaria de Segurança Pública Municipal, Fábio também pretende extinguir a Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), divisão da Guarda Civil Metropolitana, de acordo com ele, sob o entendimento de que “a lógica da militarização não é compatível com a prefeitura, que deve se preocupar com a defesa e organização da cidade.” “A partir do momento em que colocamos uma atribuição militarizada para a guarda civil, ela perde esse caráter comunitário e passa a ter um caráter puramente ostensivo e opressivo que inclusive afasta as pessoas da própria prefeitura.”

Fábio ressalta que não se pode “aceitar que a guarda tem que atender a esse tipo de tarefa.” “Quanto mais a gente arma as pessoas do nosso lado, mais as pessoas do outro lado vão se armar. A guarda tem que voltar a ter um caráter mais voltado para o povo do que ir para o centro da cidade para coibir trabalho de ambulante, o que não é papel da guarda”, diz.

PREVIDÊNCIA

O candidato ainda propõe em seu plano de governo a redução do tempo de serviço para aposentadoria para 25 anos. Contudo, regras previdenciárias são de competência da União, o que torna a proposta inexequível. A esse respeito, Fábio afirma que algumas das propostas do plano de governo estão presentes para indicar a direção da articulação política que o partido pretende ter, a partir do momento em que ocupar posições institucionais. “Mais como uma bandeira. Se eleito, posso buscar ter uma oportunidade de conversar com (o presidente Jair) Bolsonaro, que tem vindo muito a Goiás, sobre essas questões.”

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