Manu Jacob

Manu Jacob

PARTIDO/Nº: PSOL/50
COLIGAÇÃO: Chapa pura 
CARGO: Não possui cargo político
VICE: Luiz Felipe Teixeira (PSOL)
IDADE: 34 ANOS
ONDE NASCEU: Ceres – GO
FORMAÇÃO: Educação Física
OCUPAÇÃO: Professora da rede estadual de ensino

BIOGRAFIA


Mestre Educação Física pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a candidata foi professora na instituição por dois anos. As principais áreas de atuação são juventude, mulheres negras e educação. É a primeira vez que Manu disputa uma eleição.

EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO


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ENTREVISTA

Professora da rede estadual de educação, Manu Jacob busca em sua primeira eleição ocupar o comando do Executivo de Goiânia. Moradora da periferia da capital, a candidata tem como principal bandeira a elaboração de políticas públicas para os setores mais afastados do centro da cidade. Em sabatina do POPULAR, Manu defendeu a criação de políticas públicas voltadas para mulheres e a população negra. Quanto ao transporte coletivo, a proposta do Psol é, inicialmente, dialogar com os empresários e, caso a estratégia não tenha efeito, municipalizar o serviço.

Periferia

A inclusão dos moradores da periferia na dinâmica da cidade é pauta prioritária de Manu. A candidata fez críticas à forma como o tema é tratado por gestores brasileiros, afirmando que os moradores destas regiões são “cerceados cotidianamente e paulatinamente de acessar espaços da cidade”. “O debate de mobilidade para nós não é apenas de transporte coletivo e veículos, é mobilidade humana. Como a juventude da periferia, a juventude negra acessa a cidade? Como as mães solteiras trabalhadoras acessam a cidade? Como as crianças, os idosos, a comunidade LGBT acessam a cidade?”. A professora disse que por morar no Jardins Cerrado 7 conhece a realidade da periferia e compreende a necessidade diária da população destas regiões para conseguir chegar ao trabalho e usar espaços de lazer, por exemplo.

“Hoje não temos políticas públicas voltadas para a periferia, que continua passando pelos mesmos problemas. Faltam educação, postos de saúde e posto policial. (...) A nossa cidade não pode dar acesso somente às pessoas que têm alto poder aquisitivo. Isso está errado”, disse a candidata.

Habitação

Uma das propostas de Manu é a criação do aluguel social para famílias com renda de até dois salários mínimos ou que morem em áreas de risco. “Hoje existem na nossa cidade cerca de 126 mil pessoa que estão com déficit habitacional, são cerca de 42 mil famílias. Isso é muito sério. Está relacionado à forma como o próprio capitalismo se organiza para excluir essas famílias, excluir essas pessoas.” Ao justificar a criação do programa, a candidata destacou que mães solteiras têm dificuldade para alugar imóveis perto de seus trabalhos, assim como jovens e membros da comunidade LGBT+. A candidata não detalhou como a Prefeitura poderia viabilizar financeiramente a criação do programa.

Manu citou o exemplo de 200 pessoas (cerca de 50 famílias) que vivem em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Goiânia, em que as mães não conseguem colocar os filhos na escola por falta de documentação. O problema acontece porque as famílias não têm comprovante de endereço, entre outros fatores. “É preciso ter sensibilidade, que não está relacionada ao feminino. É sensibilidade humana de perceber a população, quais são as deficiências e problemas que enfrenta cotidianamente.”

Para Manu, a questão habitacional precisa ser melhor discutida dentro da proposta do Plano Diretor. O texto com novas diretrizes para políticas de desenvolvimento e expansão urbana da capital quase foi votado na Câmara de Goiânia em setembro, mas a Prefeitura retirou a matéria após falta de entendimento entre os parlamentares sobre mudanças feitas no texto.

Racismo

Primeira candidata à Prefeitura de Goiânia autodeclarada negra, Manu afirma que, se for eleita, recriará a Secretaria Municipal de Igualdade Racial. Durante a sabatina, a professora fez críticas à gestão de Iris Rezende (MDB) no Paço Municipal, afirmando que não há atualmente políticas públicas voltadas diretamente para a população negra e para mulheres.

A professora destacou a necessidade de o Executivo dar mais atenção a instituições como o Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser (Cevam), que acolhe mulheres vítimas de violência. Manu também disse que é necessário mais empenho “para combater a violência policial que acontece nas periferias, principalmente contra a juventude negra”. “A cena do rap é muito forte em Goiânia. É uma manifestação cultural. Mas é quase impossível fazer uma batalha de rap. A polícia baixa e manda todo mundo embora”, disse a candidata. Na entrevista, Manu ainda destacou a necessidade de políticas de saúde e educação específicas para atender a população negra de Goiânia.

Transporte coletivo

Questionada sobre a estratégia para cumprir a proposta de municipalizar o transporte coletivo da capital (projeto que consta no plano de governo do Psol), Manu fez críticas mais uma vez à atuação dos gestores de Goiânia. A candidata diz que nenhum prefeito se posicionou para, de fato, resolver o problema. “É preciso ter coragem para enfrentar o cartel”, disse. “O contrato das empresas vai até 2028. Não vou falar uma inverdade aqui, dizer que vamos chegar municipalizando. A primeira coisa é fazer o contrato valer. Sentar com as empresas e falar para cumprir o contrato.”

A professora não apresentou dados, mas disse que faltam segurança nos ônibus e organização nos horários, e que é necessário ter mais veículos nas ruas. “Goiânia não cumpre horário de ônibus. É uma piada isso. O trabalhador sai da periferia, tem que se levantar 5h ou 4h da manhã, mas não tem certeza de quando o ônibus vai passar. E quando passa, está lotado. (...) Se (as empresas) não cumprirem, vamos rescindir o contrato”, afirmou a candidata.

Na prática, diz Manu, o Psol propõe que as empresas passem a ser pagas por quilômetro rodado e não por passagem. Também existe a proposta de os ônibus voltarem a ter cobrador, para que o motorista possa destinar sua atenção apenas ao trânsito. Segundo Manu, é também uma forma de gerar emprego.

Tributos

Outra proposta da candidata do Psol é a flexibilização tributária para pequenos comerciantes. De acordo com Manu, o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) seria cobrado de forma seletiva. As atividades essenciais pagariam valor menor de tributo e as não essenciais teriam alíquota maior. “Vamos chamar a população através de conselhos deliberativos para discutir o assunto. Quem vai definir o que é essencial e não essencial é a população”, disse.

Ao falar sobre o assunto, Manu criticou a tramitação do Plano Diretor na Câmara Municipal de Goiânia. A candidata diz que a “população está sendo feita de palhaça” e classificou o processo como vergonhoso ao citar a realização de chamadas públicas on-line para a discussão do tema que, segundo ela, tiveram a presença de 15 pessoas.

Manu também propõe mudanças na cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). A candidata disse na sabatina que os “Setores Bueno e Sul e outras regiões elitizadas” têm lotes há anos sem alugar, que não têm função social para o município. “Lote, sala comercial e casa sem função social tem que pagar mais (imposto). E hoje não é assim que acontece.”

Política

Ao ser questionada na sabatina sobre a relação com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), Manu afirma que, caso for eleita, pretende dialogar em busca de benefícios para a população “nos limites democráticos e de respeito”.

A candidata afirma que a diferença entre o Psol e os grupos de Caiado e Bolsonaro não é apenas ideológica, mas diz respeito à forma de fazer política. “São governos fascistas, que vêm paulatinamente tirando direitos de trabalhadores e trabalhadoras conquistados historicamente. Não priorizam a educação, os direitos trabalhistas”, disse.

Manu ainda afirmou que seu partido tem posicionamento radicalmente contrário a todas as políticas de Caiado e disse que as ações do atual governo de Goiás representam “o mais arcaico da política brasileira”. Já em relação a Bolsonaro, a candidata disse que o presidente está ligado ao que há de mais violento em relação ao direito das mulheres, da população e do meio ambiente.

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